domingo, 30 de dezembro de 2007

Que seria dessa terra

És um grande centro urbano
Pauliceia desvairada
À primeira alvorada
Forasteiro e paulistano
Pega o metropolitano
Cada um com seu destino
Às vezes eu imagino
A pergunta não me erra
Que seria dessa terra
Sem o braço nordestino?

Desde os bravos bandeirantes
Os homens desbravadores
Todos eles foram autores
Destes bosques pedrejantes
Mas também foram atuantes
Uns cabras de muito tino
Provando ser paladino
Prontos para qualquer guerra
Que seria dessa terra
Sem o braço nordestino?

domingo, 1 de julho de 2007

Ninguém Aguenta Mais!

Na TV e nos jornais
A pauta é a violência
Onde anda a consciência?
Agimos como animais
Desconhecemos a paz
E abusamos da sorte
Parece ser um esporte
Brigar, matar ou morrer
Ninguém aguenta mais ver
Tanto sangue, tanta morte.

A palavra harmônia
Já fugiu do dicionário,
Do nosso vocabulário
Não tem nem analogia
Ai meu Deus, Virgem Maria!
Que o bem na terra aporte
Se espalhe, se transporte
E, em coro, vamos dizer
Ninguém aguenta mais ver
Tanto sangue, tanta morte.

Há uma grande maldição
Que no mundo está em voga
É a famigerada droga
Que deixa o cabra doidão
Destitui-lhe a razão
Faz com que ele mal se porte,
Que, sua própria vida, aborte
Sem alguém pra socorrer
Ninguém aguenta mais ver
Tanto sangue, tanta morte.

Familias perdem seus entes
Para uma arma de fogo
Quem vai virar esse jogo?
Já nos fazemos descrentes
Porque cenas comoventes
Não têm nem mais quem suporte
De mães que perderam o norte
Vendo seu filho morrer
Ninguém aguenta mais ver
Tanto sangue, tanta morte.

Já cansamos de esperar
Por alguma providência
Pelo fim da violência
Mas ficamos ao azar
Sem saber no que vai dar
Se existe uma saída
Se será restituída
A paz no nosso viver
Quando é que vamos ter
Tranqüilidade na vida?

sábado, 16 de junho de 2007

Relaxe e Goze!

Vejam que depravação!
A ministra do turismo
Veio, com muito otimismo,
Nos dar uma sugestão:
"Para esperar o avião,
Não tenhas nenhum pudor
Goze com muito fervor!"
Sigamos, então o lema,
A saída pro problema
É comprar um masturbador!

Se algo lhe incomoda
E o faz perder o sono,
Se salário e abono
Não estão na mesma roda
Seu patrão não pensa, poda!
Não ouve o seu clamor
E seguindo nesse andor
Você vive um dilema
A saída pro problema
É comprar um masturbador!

Quando você sai de casa
Não sabe se vai voltar,
Se um ladrão vai lhe assaltar,
Deixar sua carteira rasa
Se isso muito lhe arrasa,
E lhe causa até pavor,
Recupere seu humor
E não mais, de medo, trema,
A saída pro problema
É comprar um masturbador!

Se seu filho lhe estressa
Não gosta de estudar
Vive a vagabundear,
Por nada se interessa
E você já fez promessa,
Rezou com muito ardor
Mesmo assim esse infrator
Não segue o seu sistema
A saída pro problema
É comprar um masturbador!

Se o bicho desemprego
Assomou em sua vida
E, pra comprar a comida,
É o maior desassosego
Não pense em pedir arrego
Nem saia a pedir favor
Ouça o que eu vou lhe propor
Neste humilde poema
A saída pro problema
É comprar um masturbador!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

O Mundo Não Presta Mais

Tudo hoje está perdido
Ninguém respeita ninguém,
A mulher não se contém,
Sai e chifra seu marido
E o homem, aborrecido,
Perde, então a sua paz;
Na cintura, a faca traz,
Desfere um golpe infesado,
No grosso e no delgado
O mundo não presta mais.


Nas baladas de hoje em dia
Não existe diversão,
Só mesmo depravação,
Orgia e pornografia,
Drogas e patifaria;
Briga de forma voraz
Parece que o satanás
Atiça toda essa gente,
Bebem compulsivamente
O mundo não presta mais.


O homem de antigamente
Era um cabra de palavra
Não tinha essa de lavra
Pra firmar contratualmente
E até documentalmente
O que se acerta e se faz
Pois se ele voltasse atraz
Era um ser sem firmamento
Por isso afirmo e sustento
O mundo não presta mais.


As pessoas, hoje em dia,
Não se importam com ninguém
Só fazem o que lhes convém,
Só pensam no próprio umbigo
Se é farto seu abrigo,
Que se danem os demais,
"Cada um que corra atraz
Porque o meu "tá" garantido
E vai continuar mantido"
O mundo não presta mais.

terça-feira, 5 de junho de 2007

O Mundo Só Presta Assim

Tudo hoje é praticidade
Não tem mais pombo-correio,
Hoje é sedex, e-mail:
Vivemos modernidade,
É a maior facilidade
Do começo até o fim
Claro, Oi, Vivo e Tim:
Formam uma aldeia global
Distância agora é banal
O mundo só presta assim.


Namoro lá no passado
Só era no galanteio
Pois ficava bem no meio
Sogra, sogro e cunhado
Disputando o estofado,
Vigiando o querubim
Pro cabra não "ficá" afim
De levar ela pra cama,
Por sua honra na lama
O mundo só presta assim.

Tv, controle remoto,
Dvd, video-cassete,
Home-page na internet,
Avião, carro e moto,
Celular que tira foto,
Arma e bala de festim
Homem que transplanta rim,
Sangue, corneas, coração
Pra ser pai: inseminação
O mundo só presta assim.


Hoje se tem liberdade
De expressar o pensamento
Não somos como jumento,
Sabemos mais da verdade
Gritamos pra sociedade
"Ninguém abusa de mim
Pois mente não é confim
Que demarca um ditador
Liberdade sim senhor!"
O mundo só presta assim.

Em breve, O Mundo Não Presta Mais.

A lei da Impunidade

O sistema brasileiro
Só sabe bolar decreto
Tem lei pra todo alfabeto
Pra livrar politiqueiro,
Sanguessuga, mensaleiro
Das garras da sociedade
Se escondem na imunidade
Que a própria justiça fez
No Brasil de muitas leis
Prevalece a impunidade.


Não respeitam eleitor,
Traem-lhes a confiança
Em tempos de abonança
Mostram o quão impostor
O caráter malfeitor
E a desonestidade
Fazem com a honestidade
E com a nossa honradez
No Brasil de muitas leis
Prevalece a impunidade.



A descraça só embaralha
Armaram mais uma trama
Gatunagem na Gautama
É a Operação Navalha
Tomara que isso valha
Pra tirar a liberdade
E a grande comodidade
Dessa raça de burguês
No Brasil de Muitas leis
Prevalece a impunidade.