Sô matutu lá da roça
Só cunheçu minha inxada
Comu farinha i buchada
O meu teto é de paióça
Dento da minha carroça
Levu a ispóra i u gibão
Nas parage du sertão
Cantu i tóco na viola
Eu nun tomo caca-cola
Nem vejo tevelisão.
Mais fui pará in Sun Pálo
Conhicê cidadi grandi
As vista quasi si ixpandi
Quasi tivi um intalu
Prercurei lá us cavalu
Mais achei só artomóvi
I uns inormi imóvi
Chamadu di arranha cér
Mi robáro meu chapér
Mi apontano u revórvi.
Num quiria mais ficá
Lá naqueli mundaré
Peguei o fio e muié
Pra mode saí di lá
Pru meu chapadu vortá
Mais a muié num quis vim
Falô qui si fô assim
Ela num qué mais eu não
Volte lá pro seu sertão
E se asseparô di mim.
Vortei filiz pro meu rancho
Mais num fui cas mão vazia
Passei numa galiria
Quasi qui me adismancho
Cá queli inormi garrancho
Chamado computadô
Adulvinhe seu dotô
Comprei um dele pra eu
Nun sei qui foi qui si deu
Nessi pobri lavradô.
Só sei qui tô aprendeno
A mexê nessi istopô
O tar du computadô
Agora eu tô podeno
Ficu mi correspondeno
Naqueli tar de emeiu
Nun usu mais u correiu
Tenhu orikiut, brog
E um tar di vibifrog
Ninguém mi bota mais freiu.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
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9 comentários:
Fantástica analogia da descoberta do "mundo digital" que rapidamente se transforma num vício. (rs)
Você acabou de contar a estória de como se forma um emo, relatando exatamente como eles aqui, escrevem.
Bem pensado teu blog!
Com um cordel bem amarrado
Tua prosa não me deixa irritado
Foi um grande prazer ler
Estas palavras difícies de crer
Não perca o rumo desta mão,
Inove, e dê ao jornalismo uma nova visão!(rs)
Até!
O mundo digital viciou a linguagem dos brasileiros...Há quem desconsidere "você", "também", e por aí vai.
Nossa... Meu deus, nem consegui ler, doeu os olhos.
Mas é uma ótica crítica a determinadas linguagens de internet. =/
Simplesmente GE-NI-AL!
gostei do oriukiut
Thiago, parabéns. Você está parecendo um trovador.
Beijos
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